Quando se trata de uma produção com traços originais e potencial de se tornar franquia, ter bom desempenho nas bilheterias é uma faca de dois gumes. Numa continuação, como manter o frescor e proporcionar o prazer pelo inesperado em quem assiste? Algumas produções sucumbem não no resultado financeiro, mas na cara de pau de não almejar a surpresa como meta e repetir uma fórmula que deu certo – leia-se Se Beber, Não Case! Parte II. Ao lado dos beberrões de Todd Philips, Kung Fu Panda 2 é um exemplo de filme que sofre da síndrome da continuação.
Em 2008, a DreamWorks virou para o mundo e disse: vocês vão ver um panda falante praticando a suprema arte marcial chinesa e, melhor, não sentirão estranheza. E tem mais: o bando terá uma Tigresa, Garça, Louva-a-Deus, Macaco e Víbora. Em 2011, quando essa história já se tornou realidade, o pasmo já foi embora e naturalmente o filme perde um pouco do encanto.
Ainda mais quando o enredo repete os mais variados clichês de filmes de ação dos últimos quarenta anos: o heroi que tem de descobrir uma verdade recôndita que justifica todo filme; um parceiro muito mais forte que o protagonista, mas sem o mesmo carisma ou a gana pela superação; a motivação final na batalha de encerramento que renova as esperanças de derrotar o vilão (geralmente, com o ferimento ou morte de alguém próximo e querido); o vilão que finge aceitar a derrota para, num ato traiçoeiro, trapacear (por exemplo: jogar